As caravelas-portuguesas são tóxicas para os cães
A caravela portuguesa (Psysalia physalis) não é uma alforreca mas sim um cnidário. Trata-se de uma colónia flutuante de organismos polipoides especializados formando um indivíduo único. A caravela tem tentáculos que estão revestidos de células venenosas. A libertação da toxina ocorre com estimulação mecânica ou química dos tentáculos.
É um organismo de águas quentes e, em Portugal, tem havido um aumento de ocorrências nos últimos anos.
É muito importante ter em conta que, mesmo quando encontramos uma caravela-portuguesa morta no areal, não devemos tocar e, se estivermos a passear um cão, não podemos deixar que tenha contacto com a caravela. O veneno pode permanecer ativo durante vários meses após a morte.
Sinais clínicos:
O contacto com os tentáculos provoca lesões lineares, urticariformes, dolorosas e eritematosas. Com o passar dos dias, estas lesões podem ulcerar, ficar hemorrágicas ou até necrosar. Nos casos mais graves, pode haver sinais sistémicos (vómitos, dores musculares, síncope/desmaio).
O que fazer:
- Lavar a zona afetada com água salgada (e não doce), com cuidado e sem esfregar e remover os tentáculos que possam estar junto à pele (com pinças, para não tocar diretamente);
- Aplicar vinagre (ácido acético) e água quente para alívio da dor (não aplicar ligaduras);
- Contactar imediatamente o médico-veterinário.
Como prevenir:
Estar atento ao Projecto GelAvista que publica, na sua página do facebook, avistamentos e as praias em que ocorreram. Se encontrar uma caravela portuguesa (ou qualquer alforreca) numa praia, tire uma fotografia e envie para o projeto.